Leitura recomendada

BRAGA, Maria do Socorro e ZOLNERKEVIC, Aleksei. Padrões de votação no tempo e no espaço: classificando as eleições presidenciais brasileiras. Opin. Publica [online]. 2020, vol.26, n.1, pp.1-33. Epub May 18, 2020. ISSN 1807-0191.
Jacob, Cesar R. A geografia do voto nas eleições presidenciais do Brasil, 1989-2006. Rio de Janeiro Petrópolis: Editora PUC-Rio Editora Vozes, 2010.
TERRON, Sonia Luiza. A composição de territórios eleitorais no Brasil: uma análise das votações de Lula (1989-2006). 2009. 188 f. 2 vols. Tese (Doutorado em Ciência Política) - Universidade Cândido Mendes, Rio de Janeiro, 2009.
SOARES, Renato Morgado. Um voto na Geografia eleitoral: análise do território para as eleições presidenciais brasileiras entre 1998 e 2002. 2019. Dissertação (Mestrado em Geografia Humana) - Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2019.
MARZAGAO, Thiago. A dimensão geográfica das eleições brasileiras. Opin. Publica, Campinas , v. 19, n. 2, p. 270-290, Nov. 2013.
FLEISCHER, David. Comportamento do eleitorado brasileiro na eleição presidencial de 1989: transferência de votos do 1º para o 2º turno: uma análise de dados agregados. Revista de Ciências Humanas, Florianópolis, v. 6, n. 9, p. 9-35, jan. 1990.

O que são votos "pendentes"?

Votos pendentes, também chamados pelo TSE de votos anulados e apurados em separado, são votos de alguma seção eleitoral que está sub-judice e aguardando julgamento do juiz eleitoral. Se a seção for anulada, o quantitativo de votos da seção passa para o quantitativo de votos nulos ou para abstenção. Caso contrário, os votos são apurados normalmente.

Detalhes e imprecisões de 1989 a 1994

Neste site, a proposta foi trabalhar com o máximo possível de dados já digitalizados e disponíveis publicamente, requisitando dados disponíveis em arquivos dos tribunais apenas para complementar. O detalhamento dos votos no exterior país a país em 1989 e 1994 pode existir em arquivo físico interno, mas dado o grande volume de dados a digitalizar, não os solicitamos.

O candidato Armando Corrêa (PMB), no primeiro turno da eleição presidencial de 1989, renunciou. Silvio Santos, o candidato substituto, teve a candidatura indeferida, e portanto os votos do PMB foram transformados em nulos no banco de dados, como relatado na resolução 16.120/89 do TSE. Podem existir registros em arquivo físico interno com a votação em Corrêa (PMB) município a município. Não os solicitamos pela mesma razão anterior: volume excessivo de dados físicos, que podem já não existir mais em alguns TREs. No primeiro resultado final proclamado através da resolução 16.005/1989, antes do julgamento de todos os recursos, em 21/11/1989, com ampla divulgação à imprensa, Corrêa apareceu com 4.363 votos.

Em 1989 e 1994, nos dados do TSE a abstenção é calculada da seguinte forma: eleitorado - (válidos + brancos + nulos). Os votos das seções anuladas em 1989 e 1994 eram transformados em nulos, ou simplesmente excluídos (o que os transformava em abstenção). Comparando dados pré e pós decisão judicial e/ou recontagem, há diferenças quantitativas em todos os campos. Na eleição de 1994, três municípios do Pará (Tucumã, Ourilândia do Norte e Bannach) tiveram 100% das seções anuladas por fraude. Esses municípios foram inteiramente excluídos do banco de dados do primeiro turno, fazendo a abstenção calculada do estado aumentar expressivamente e divergir muito do comparecimento real do dia do pleito.

Consideradas todas essas imprecisões, comuns na época da apuração manual, exibimos sempre os números da contagem final oficial.

Detalhes de 1998 em diante

A partir de 1998, tem-se o detalhamento completo de votos brancos, nulos, pendentes e anulados. Foi possível apurar os votos nominais dados a Rui Costa Pimenta (PCO), que teve a candidatura indeferida e os votos anulados, no primeiro turno da eleição de 2006. A votação do candidato é considerada oficialmente parte do quantitativo de votos nulos e a apresentamos como detalhamento.

A votação no exterior notadamente tem alto quantitativo de eleitorado não totalizado, resultado de seções que não chegam a ser abertas para votação, a partir de 2014.

Mesmo em eleições mais antigas, como em 2002, no banco de dados ainda constam votos pendentes e eleitorado não totalizado em algumas poucas localidades no Brasil e no exterior.

Voto em trânsito na eleição presidencial a partir de 2010

Em 2010, a Justiça Eleitoral instituiu o voto em trânsito, um cadastro que possibilita que o eleitor vote fora de seu domicílio eleitoral, exclusivamente para o cargo de presidente e em território nacional. Em 2010 e 2014 o voto em trânsito ocorria em seções eleitorais específicas e era apurado separadamente, detalhamento que apresentamos em todos os municípios que contaram com voto em trânsito nesses anos. Em 2018, ele deixou de ser apurado em separado, razão pela qual em 2010 e 2014 o levamos em conta para definir o total do município e o candidato vencedor do município.

Sobre os mapas e municípios

Os mapas apresentados aqui podem não coincidir com os limites oficiais existentes no passado ou no presente.

Ao longo dos anos, houve casos de localidades ainda não completamente emancipadas na época (ou nunca emancipadas) que foram apuradas como municípios pelo TSE, e também o inverso: municípios com processo de emancipação concluído ou mais adiantado, mas que não constavam na listagem do TSE no momento da eleição. Utilizamos sempre a listagem do TSE, para manter a consistência dos números.

O mapa-múndi utilizado na exibição dos resultados das eleições no exterior por país é do dataset Natural Earth, de domínio público, com algumas alterações. O mapa utiliza fronteiras de facto para territórios em disputa e estados com reconhecimento limitado.

Na exibição dos resultados no exterior por país, optamos por desmembrar os territórios de Hong Kong (pertencente à China), Guiana Francesa (pertencente à França) e Porto Rico (pertencente aos EUA) para manter consistência com o detalhamento adotado nos dados do TSE de 1998 a 2010, que apurou esses territórios separados de seus respectivos países.

Nas malhas municipais do território brasileiro inteiro de 1989 a 2002, aparecem três áreas em branco entre os estados do Piauí e do Ceará. Trata-se do litígio de limites entre esses estados na região da Serra da Ibiapaba, até hoje não resolvido. Nos mapas posteriores a área está preenchida e dividida sem caráter oficial, resultado de decisões técnicas do IBGE na publicação das malhas.